O Covid-19 e a falência das relações sociais

O Covid-19 e a falência das relações sociais

 

Estas linhas são para você empresário, que reinventa seu negócio em plena pandemia, que descobre que a vida pode ser melhor com modelos revolucionários, como drive-through (através dos carros), e-commerce (comércio eletrônico), e home office (trabalho remoto), delivery (entrega), marketing place (local de compras virtual) e tantos outros termos que atualmente fazem parte do vocabulário de feirantes, nos locais onde se proliferam os ambulantes da economia informal e dos especialistas em negócios . Modelos criados há mais de 15 anos atrás, e só agora, dada   necessidade, mostram-se como infraestrutura mais adequada para a distribuição de produtos e serviços. A maximização da quantidade de entrega da massa de produtos e serviços para conseguir um resultado de troca monetária maior ou igual a conseguida nos dias de hoje, será uma determinante imprescindível. A especulação e o dinheiro fácil ganho nas custas de quem produz, ou ganho nas tetas do setor público de forma irresponsável não terá lugar na sociedade do futuro. A boa notícia é que os atravessadores, intermediários reticentes a qualquer tipo de mudança, lentamente serão extintos dos mercados. São estes os que estão prontos a exercer desobediência civil, são estes que desejam a volta do “status quo” anterior. Um ambiente que fique exatamente igual ao que era antes, o que é totalmente impossível, factível somente nas mentes dos fantasiosos.

Impossível deixar de mencionar, os funcionário de grandes empresas privadas, que se reinventaram no trabalho de home office (trabalho remoto), agilizando cada vez mais a sua atividade laboral e agora não precisando reivindicar mais qualidade da comida produzida nos restaurantes das empresas multinacionais. Não precisando reclamar da cadeira desconfortável ou fazer reclamações sindicais contra a ergonometria. O seu instrumento de trabalho agora é o notebook comprado com o seu dinheiro, bem diferente e bem melhor do que o desktop lento que travava no uso de imagens e de planilhas. Mas o melhor mesmo é o café feito em casa pelas mãos da esposa ou pelas máquinas de Nespresso, muito diferente do café aguado das máquinas nos corredores da empresa, sem precisar gastar tempo para fumar um cigarro fora das dependências da empresa. Todas as dificuldades desapareceram e quem ficou empregado terá que entregar muito mais quantidade e qualidade de trabalho. Como diria um snobe colega que pouco se importava com a humanidade dos funcionários, da mesma forma que Kleiton e Kledir na música Pato Macho: “Não quero nem saber se o pato é macho, eu quero é ovo”

Não podemos deixar de mencionar os caminhoneiros. Eles não podem mais sair por aí sem lenço e sem documento, agora são obrigados fazer um planejamento completo de suas viagens, evitando as paradas não muito recomendáveis, controlando assim, o ambiente onde terão seu descanso noturno e onde terão suas refeições. Sem contar que a mobilização como categoria, agora não está mais fadada ao comando de um sindicato, mas sim de qualquer voz intimidatória que ecoa nos vídeos de WhatsApp ou Facebook, espelhando assim, uma forma de reivindicar, muito semelhante aos famosos sindicatos do antigo setor automobilístico, trocando apenas o endereço e mantendo a forma. Falas sem nome e sem compromisso, sem deixar traços de identificação dos sindicatos, organizações políticas ou econômicas a quem estão ligadas, representando ou associadas. Falas que quase sempre se mostram patriotas nas telinhas de celulares, mas que desconhecem as necessidades populacionais e suas carências econômicas. Falas que se propõe a parar o país, ir para as ruas em nome de organizações desconhecidas que bancam a autopromoção para uma possível futura campanha política eleitoral.

Uma palavra deve ser direcionada ao funcionário público, que tem o seu salário preservado, por enquanto, e que tem por obrigação prestar os melhores serviços públicos para atender a sociedade desarvorada. Sociedade totalmente carente do ponto de vista de direção e organização, mas que banca através de impostos e transferência monetária uma estrutura governamental totalmente ineficaz e sem políticas públicas que atendam realmente a maior parte da população. Quando algum setor público funciona de maneira eficiente, não tem como deixar de notar a corrente crítica que sempre busca descontruir sua utilidade com acusações, até mesmo com falsas notícias, na tentativa infame da cooptação de poder.

Temos que mencionar, também, os professores que conseguiram se reinventar com o ensino a distância, agora, talvez mais flexível porque a telinha alivia seus ouvidos e traz mamães e papais para estudar junto com seus filhos, mas como esquecer que ainda terão que trabalhar dobrado para reinventar os espaços corretos, ventilados, e com muito mais atividades ao ar livre quando forem receber seus alunos em suas escolas. Os profissionais da educação não imaginam a obrigatoriedade do esforço que deverão empenhar com todo corpo docente e discente, e até mesmo de pais e especialistas, para planejar o retorno às aulas. A escola não é depósito de crianças albergadas por algumas horas, o colégio não é uma casa de divertimentos para adolescentes e jovens desinformados, sem civismo e sem valores morais. As Universidades não podem ser um recinto dominado pelas drogas, pela desobediência civil, pela formação de profissionais que passaram quatro ou cinco anos em atividades esportivas competitivas esquecendo-se do real é objetivo que é formação profissional. As turmas de formandos, tem em sua maioria uma de gama de profissionais, sem nenhum ou pouco valor cultural, e do ponto de vista do conhecimento, sai da Universidade da mesma forma que entrou, sem agregar valores. As Universidades não podem projetar e construir educação através de ideologias, sejam quais forem. O entendimento político não pode alardear propósitos de compromisso e engajamento social, formando profissionais e pessoas, inábeis, voltadas ao discurso do marketing e da marca pessoal, carregando a inutilidade e o despreparo no exercício profissional e na vida pessoal. Incapazes até mesmo de tomarem as rédeas de suas próprias vidas e do seu desenvolvimento como cidadãos. A maioria, mantém toda a estrutura de vida calcada na dependência da família, do pai, da mãe; e até mesmo, dos próprios avós, sempre preocupados com a possível herança familiar. A educação não é responsabilidade de um único agente, têm papel fundamental na formação do indivíduo a família, estado e sociedade. Quanto mais estes agentes estiverem desorientados, mais educandos serão formados de maneira imprópria e avessa aos valores éticos e responsáveis, sucateando a cultura, a arte e a ciência de qualquer pátria ou nação. O resultado sempre será uma quantidade de poucos com responsabilidades, arcando com o ônus de produzir ações que levem ao engrandecimento cultural e científico da sociedade em detrimento de muitos outros.

Enfim, a sociedade brasileira esta doente, em pandemia, refém do vírus, Covid-19, Corona Vírus, que graças as ideologias políticas fabricadas por interesses escusos, criou uma divisão de comportamentos, rachou os brasileiros em dois grupos. Os chamados da direita negacionistas e os de esquerda progressistas voltados para o distanciamento social e para a ciência, que eles próprios ignoram, imaginando-se protegidos debaixo destas bandeiras. Como não me encaixo em nenhum dos dois grupos, primeiro por que não aceito verdade absoluta e segundo por que toda divisão não agrega nada, só espalha, prefiro a verdade, ainda que relativa, que agrega e ajunta o espalhado. Grupos que se dizem dono da verdade para coaptar partidários, que distorcem valores éticos em nome da lealdade, não faz parte do meu perfil. Por isso descrevo esta pandemia com uma certa dose de ironia.

E lá vai minha ironia: pouco importa se o vírus, é uma farsa ou não, passo longe e quero continuar passando bem longe do virulento. Pouco importa os profissionais da saúde que lidam com eles, não sou médico. Para que me expor e expor minha família, repito, não sou médico. Sim, mas quando se trata de expor opinião, aí sim, passo a indicar o tratamento precoce com Azitromicina, Hidroxi-cloroquina e corticoides, passo a ser especialista e se alguém morrer não tenho nenhuma responsabilidade. Mas se tiver febre, perder o olfato, corro para o hospital quero ser internado e entubado, por isso terão que ter um quarto de UTI disponível, nem que seja particular, não posso ficar em fila de espera.

Vemos os políticos e autoridades recitarem regras que nunca serão cumpridas. Vacinas a conta gotas, que não terão o poder de ressuscitar uma sociedade, hoje totalmente agonizante. Voltar aos dias chamados de “normal”, não acontecerá, porque o “normal” não existe mais, e o comportamento social, mesmo após a vacina, será diferente do que conhecemos no passado.

Vemos nossos amigos morrendo e mesmo assim soltamos o ditado: melhor ele do que eu. O vírus não existe, é tudo farsa, estatística forçada dos governos. Temos que voltar ao que era antes e deixar morrer aí 1% de 100.000.000 de brasileiros, que morram 1.000.000 afinal já morreram 300.000, estamos com a média baixa para uma letalidade do vírus em 1%. Vai morrer mesmo? Não! Para isso temos confiar na ciência, fazer o distanciamento social e tomar a vacina, porque não temos hospitais para tratar todo mundo, porém, colocarmo-nos nas mãos de políticos aéticos que sequestram os serviços de saúde em detrimento de seus interesses pessoais se torna cada vez mais difícil.

Enfim o mundo não aprendeu nada com a história, poderíamos escrever um tratado com inúmeras páginas dos fracassos armados de conquistas, territórios e poder. E agora vemos uma luta para se apoderar de um vírus, uma pandemia para dominar todo o globo e um bocado de espertos que têm receitas mágicas publicadas diariamente nas mídias sociais. Durante a segunda guerra, os alemães exterminavam judeus e alegavam que prestavam serviços à sociedade, transformando um ser humano em 640 gramas de cinza e espalhando-os pelas ruas dos vilarejos da Polônia em amontoados de cinzas brancas. E, ainda assim, muitos nazistas modernos engajados em movimentos populares explicam que a “Solução Final” nunca existiu.

Na minha concepção otimista, quero acreditar, que todos os homens de boa vontade estão buscando novos caminhos para entender a nova realidade da sociedade, que descortina apenas uma pequena mostra da transformação, que já mostra uma tendência em ser a maior já vivida na nossa história global.

É crucial para o ser humano de hoje se preparar para a busca das profissões necessárias ao mundo do futuro. Falar 5 idiomas não será vantagem competitiva para os profissionais do futuro, viajar em turismo comercial será totalmente aético, abrir filiais em países pobres para vampirizar a necessidade de povos subdesenvolvidos será crime, competição será substituída por colaboração e associação.

Mas o mundo e o Brasil continuarão precisando de professores, educadores, profissionais da saúde, muitos hospitais e menos campos de futebol, alimentos, desenvolvimento tecnológico e científico, meios de transportes adequados e muitos, mas muitos mesmos, profissionais voltados para área de serviços. E muito mais do que tudo de pessoas com caráter, honra e que abominem a corrupção e a improbidade.

Espero com muita fé, no despertar das pessoas de bom senso, com mais objetivos humanitários em harmonia com o planeta em que vivemos, que fomente o planejamento de uma nova sociedade, que largue o osso desta civilização atual, falida, e que morre em situação de pobreza e desamparo.

Tirando fora a minha ironia, deixo claro que não tenho medo do vírus, mas entendo que terei que conviver com esta sociedade falida, com o planejamento desta nova sociedade que há de surgir trazendo consigo o coronavírus e com muitos outros que ainda hão de surgir.

Para quem achar que este é um texto feito por um influenciador de mídias sociais, com objetivo de arrebanhar partidários, que tenha em mente, que é um desabafo diante da percepção da realidade em vivo. Respeito os que pensam em contrário e me encontro totalmente aberto para dialogar, discutir os termos das minhas palavras, em uma reunião virtual enquanto a vacina não vem!

Na minha míope visão construída sobre o que é viver, o meu objetivo é, sempre foi e sempre será, aprender. Pobre os néscios que ainda não descobriram que mudar de opinião é sinal de aprendizado.

Sobre o autor

Genaro Campoy Scriptore administrator

2 Comentários

Carmen Campoy ScriptoriPublicado em1:08 pm - Abr 8, 2021

Excelente texto! Parabéns, meu irmão. Ajuda muito refletir sob essa perspectiva!

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