Arquivo mensal 28/08/2020

Interrupção e Ruptura digital – Digital Disruption.

Disrupcao-300x122 Interrupção e Ruptura digital – Digital Disruption.

Tenho acompanhado nas redes sociais diversas matérias sobre o tema “Interrupção e Ruptura Digital”, que está se tornando mais do que ferramenta para os executivos de TIC.

O desafio em combinar de maneira eficaz e produtivo este novo conceito abraçado pelo Marketing Digital, mas que na verdade está intimamente ligado ao Planejamento Estratégico é basicamente uma exigência do portfólio de experiências para gerenciar novas empresas no dinâmico e intrigante cenário digital que vivemos.

A inovação por si só não é suficiente, é necessário a intervenção direta nos mecanismo de mercado, nos sistemas em execução, e não se trata de uma abordagem de sistemas padrões e legalizados, se trata de uma abordagem de todos os sistemas e principalmente daqueles que apontam na direção de um novo modelo de negócio, que de tão rápido, eficaz e de intensa propagação muda sensivelmente o comportamento de toda uma sociedade.

Basta olhar para os novos aplicativos criados por empreendedores, apaixonados por TIC e até mesmo por Startup (empresas emergentes).

Modelos de negócios como o Uber, Taxi 99, Airbnb, Booking, TripAdvisor e muitas outras tem criado verdadeiro pânico em outras empresas do setor de Transportes de Pessoas, Turismo e até mesmo o setor de Governo, onde a tributação e operação de serviços não conseguem acompanhar.

Quando Travis Kalanick e Garret Camp em 2007 ou 2008 participavam de um evento de tecnologia e empreendedorismo na cidade de Paris em uma noite com o clima totalmente desfavorável, muita neve, temperatura abaixo de zero, trocaram impressões sobre a necessidade de se obter um taxi com apenas um toque em um celular não havia uma possibilidade de imaginar a interrupção que seria causada nos serviços de transportes de pessoas no mundo todo. Isto começa a acontecer a partir de março de 2009 em São Francisco com a fundação da UberCab em San Francisco, CA.

O serviço era personalizado, semelhante a um taxi de luxo que oferecia carros como Mercedes-Benz S550 e Cadillac Escalade contratados por um aplicativo instalado no celular que informava a localização por GPS do passageiro e custava 5 vezes mais do que cobrava um taxi comum.

Nos anos de 1988 até 2002, me lembro que já existia serviços semelhantes, executados por empresas brasileiras no atendimento à executivos que visitavam nossas empresas vindo do exterior. Eu mesmo contratei este tipo de serviço em Campinas para atendimento de vários americanos e canadenses que nos visitavam nesta época. A diferença é que eram serviços prestados sem aplicativos e sempre o aval de outras empresas e ou a indicação dada para garantir a excelência do serviço e a satisfação de nossos clientes, que necessitavam motoristas falando o seu idioma e até mesmo com um bom grau de instrução e educação.

O Ubercab na verdade já existia aqui no Brasil e nos Estados Unidos da América, o que foi interruptivo no sistema foi a criação do aplicativo e a criação da UberX em 2012 permitindo qualquer proprietário de veículo a virar motorista e prestador de serviços.

O que deu mesmo notoriedade para o serviço foi a quebra de paradigma entre o negócio estabelecido e controlado pela prefeitura de San Francisco e seu órgão fiscalizador de serviços de transportes conhecido como San Francisco County Transportation Authority (SFCTA) que não conseguiu enquadrar a Uber e seus colaboradores dentro das normas tradicionais e colocou a Uber nos holofotes da mídia americana e nas redes sociais em 2013.

A partir daí ocorre o grande fenômeno, que foi o impulso para a propagação rápida na sociedade do serviço e a busca desenfreada pelo aplicativo nos celulares, o crescimento da oferta do serviço, a quebra do paradigma de negócio instituído que sensivelmente afetava e afeta as cooperativas de táxi, arrecadação pública e os serviços dos taxis tradicionais definindo claramente o que é uma “Interrupção Digital”.

Considerando o seu negócio como de uma empresa de tecnologia e não de transporte a Uber não possuí um veículo para o serviço ou sequer motoristas contratados, mas sim colaboradores cadastrados que tem que cumprir certas exigências como:

· possuir carteira de habilitação especial

· atestado de antecedentes criminais

· possuir veículo dos modelos preestabelecido

· possuir seguro para uso comercial do carro

· e passar por entrevistas para efetivar o seu cadastro.

Uber esbarra constantemente em questões legais. Em toda cidade que a empresa desembarca vem os levantes de taxistas, prefeituras e órgãos oficiais contra o serviço.

Como diria meu velho pai, ninguém chuta cachorro morto. A Uber enfiou a mão no bolso do mercado, transformou a realidade com a estratégia de satisfazer o cliente.

Todo este preâmbulo sobre a Uber me faz pensar o quanto temos ainda para evoluir com a Interrupção e Ruptura Digital – Digital Disruption e tudo me veio a mente como nossos órgãos governamentais necessitam da ajuda de TIC para equacionar a Ruptura Digital de seus padrões de taxação e ou arrecadação que se faz necessário diante de qualquer serviço à comunidade.

Esta semana recebi reforço de um convite para a participação do Gartner Symposium/IT Expo 2018 que se realizará em São Paulo 22 – 25 outubro de 2018 | São Paulo, Brazil.

Juntamente com o convite, um E-Book que fala sobre este tema cujo título é “Leading Through Digital Disruption – Gartner Insights on spotting and responding to digital disruption.” Logo de Cara no Capítulo I – Spotting Digital Disruption encontrei o artigo de David Mitchell Smith, Vice President and Gartner Fellow.

Não tenho a pretensão de me tornar crítico com relação ao artigo, mas me abriu uma curiosidade imensa diante de alguns fatos que o artigo contém e principalmente me fixou o entendimento da Interrupção e Ruptura Digital – Digital Disruption.

Nos táxis do aeroporto de São Francisco havia um sistema baseado em transponder que permitia ao aeroporto cobrar por viagens de táxi contratados por aplicativos.

Mas com o advento da Uber, Ian Law, CIO (Chief Information Officer) do Aeroporto Internacional de São Francisco (SFO), CA USA, sentiu a necessidade de encontrar uma solução diferente para gerenciar as novas empresas de transportes e turismo.

A própria natureza das empresas de transporte e turismo mostravam que as pessoas utilizavam muito mais carros pessoais (alugados ou próprios) e colocar um transponder em cada um deles seria totalmente inviável.

Este foi o grande desafio para o CIO e seu aeroporto, que só tinha uma alternativa: “Interromper o sistema”.

Ian Law e sua equipe de TIC projetaram um sistema que aproveita o Uber e aplicativos GPS Lyft.

Esta equipe montou uma “geo-fence” ou seja uma cerca de georreferencia, que é acionada cada vez que alguém esteja executando o aplicativo e violar o perímetro da cerca, com esta informação permite ao aeroporto acompanhar as transações e cobrar a taxa acordada na licença de operação devida pelos transportes de pessoas e do turismo no aeroporto.

O Artigo de David ainda continua discorrendo que embora alguns CEOs possam reconhecer que empresas como Uber, Taxi 99, Airbnb, Booking, TripAdvisor estão interferindo e interrompendo o mundo dos negócios em seus padrões estabelecido, muitos ainda mantêm uma atitude esperar e ver.

Esperar e ver é uma pura ilusão que pretende responder em uma única vez a ameaça identificada no negócio.

Em uma época de interrupção digital, esperar até que uma ameaça esteja clara é muitas vezes tarde demais. Sem tempo para reagir e responder de forma eficiente e que minimize os impactos de seu negócio, isto simplesmente pode acabar com ele.

David Mitchel Smith, adverte que o CIO (Chief Information Officer) e sua equipe de arquitetura envolvidos na construção e ou expansão do negócio digital estão lidando em um ritmo muito intenso e crescente de inovação, o que é muito perturbador para sua a capacidade escalar de crescimento.erença entre fazer crescer ou decrescer o desempenho na curva geométrica de sua atividade ou mesmo no negócio em si, está na capacidade do CIO em se envolver com o sucesso desta interrupção.

“Os verdadeiros inovadores que afetam as mudanças não apenas inovam, eles interferem mudam fundamentalmente a dinâmica das situações em que eles se encontram”. Diz David Mitchel, que demonstra muito claramente a Interrupção e Ruptura Digital provocada pela equipe de TIC de Ian Law no caso das taxas cobradas pelo aeroporto de San Francisco.

“Quando a organização média não é mais surpreendida pela Interrupção e Ruptura Digital, mas em vez disso a utiliza como uma ferramenta de competição normal, com dinâmica organizacional, com a natureza do planejamento estratégico, com os investimentos essenciais e prioritários, juntamente com as tecnologias em uso só pode acontecer a orientação adequada para o futuro de novos negócios com sucesso garantido”.

Estas observações de David Mitchel Smith deveriam ecoar dentro de nossos órgãos governamentais e até mesmo dentro das prefeituras e cooperativas que se prendem a velhos paradigmas negando-se a reconhecer o novo e buscar novas maneiras de criar a Interrupção e Ruptura Digital com novos modelos que tragam benefícios para o negócio e para a população em detrimento de posicionamentos pessoais, individuais e interesses esquivos.

Pensar na Interrupção e Ruptura Digital é trazer novos modelos de negócios que sejam inclusivos e abarquem toda a comunidade, não só a local, mas a comunidade global em que vivemos e que tanto necessita ser satisfeita em suas necessidades mais básicas.

Economia Compartilhada uma modalidade econômica futurística

Economia Compartilhada uma modalidade econômica futurística

Art082017_0-300x169 Economia Compartilhada uma modalidade econômica futurística

No último mês de 2017, em um de seus artigos, April Rinne, autoridade Global, especialista em economia compartilhada e consultora focada em cidades inteligentes, políticas, turismo sustentável, investimentos de impacto e desenvolvimento global escreveu um artigo muito interessante. What exactly is the sharing economy? Em português poderíamos dizer: “O que é exatamente a Economia Compartilhada”, escrito especialmente para o Fórum Econômico Mundial.

O artigo nas primeiras linhas relembra a sua participação no Fórum Econômico de Davos em 2013, quando, pessoalmente, fez uma pesquisa a cada participante questionando se já haviam ouvido termo “sharing economy” (economia compartilhada). O resultado foi de que noventa por cento (90%) disseram que não, cinco por cento (5%) presumia que se tratava de uma economia com base em trocas e os cinco por cento (5%) restantes configuravam uma afirmação de que as novas tecnologias reconhecidas e as redes peer-to-peer (ponto a ponto) estavam permitindo modelos de negócios emergentes.

Já em 2017 quando escreveu o artigo ela constatou que a realidade havia se transformado totalmente, que tal modalidade econômica é pauta de notícias diárias e gera uma lista enorme e incompreensível de termos relacionados como, Gig Economia, Economia Solidária, Economia Colaborativa, Economia de Pares, Economia Uberizada e etc…

Art082017-300x198 Economia Compartilhada uma modalidade econômica futurística

Órgãos como o Harvard Business e o Financial Times questionam o termo “economia compartilhada” quando se tem uma empresa mediando a oferta e a demanda. Em geral os consumidores transferem valor lucrativo para o mediador já não é compartilhamento, mas a busca do lucro e da negociação ganha – ganha.

Por ter crescido, a Economia de Compartilhamento, passou a ser vítima de seu sucesso e sua definição acabou recebendo uma variedade de significados, muitas vezes usada para descrever uma transação digital on-line na aquisição de bens e serviços. A premissa comum é que quando se tem em tempo real o compartilhamento de informação através de um mercado on-line de valores, quantidades e disponibilidade de bens e serviços o valor destes tendem a aumentar para o negócio, o indivíduo, para a comunidade e até mesmo para a sociedade em geral.

Compartilhamento, o verdadeiro espírito em que ativos subutilizados possam ter papel de reaproveitamento em diversas comunidades e grupos sociais é o que defendem os grupos e pessoas que desejam realizar e efetivar conceitos de cooperação e compartilhamentos na sociedade, e são muitos que tem este objetivo.

Apesar de exemplos como UBER, AirbnB, Booking, TripAdvisor e muitos outras formas de negócios criados ultimamente, são faces desta economia e acabamos por nos certificar que existe inúmeros outros espíritos que ainda não foram definidos claramente como vários modelos desta “nova economia”.

Podemos exemplificar vários tipos destas novas economias.

Economia Compartilhada: foco na partilha de ativos subutilizados, monetizados ou não, de forma a melhorar a eficiência, a sustentabilidade e a comunidade.

Economia Colaborativa: foco em formas colaborativas de consumo, produção, finanças e aprendizagem (o “consumo colaborativo” é mais próximo da definição de economia compartilhada ortodoxa).

Economia sob demanda: foco na provisão sob demanda (“on-demand”) isto é, imediata e baseada em acesso de bens e serviços.

Gig economia: foco na participação da força de trabalho e geração de renda através de uma força de trabalho independente, com um novo modelo de contratação, projetos únicos ou tarefas para as quais um trabalhador é contratado. Em geral têm se uma sobreposição limitada com compartilhamento de habilidades.

Economia freelance: foco na participação da força de trabalho e na geração de renda por freelancers, também conhecidos como trabalhadores independentes e trabalhadores por conta própria. Também em geral apresenta uma sobreposição limitada com compartilhamento de habilidades, os compromissos do freelance são geralmente maiores e mais profundos do que os mencionados na Gig Economia.

Economia de pares: foco em redes peer-to-peer (P2P) (ou ponto a ponto, par a par) na criação de produtos, entrega de serviços, financiamento e tantos outros tipos focados em associações das mais diversas.

Acesso à economia: foco no “acesso sobre a propriedade” (sobrepõe-se ao compartilhamento, e claramente não é compartilhamento de forma alguma.). É um modelo de negócios onde bens e serviços são negociados com base em acesso, em vez de propriedade: refere-se ao aluguel de coisas temporariamente em vez de vendê-las permanentemente. O termo surgiu como uma correção para o termo economia compartilhada, porque os principais atores na economia compartilhada, em geral, são empresas comerciais cujas empresas não se envolvem em qualquer compartilhamento.

Economia da multidão: foco em modelos econômicos alimentado por um número incontável de atores “a multidão”, incluindo, entre outros, crowdsourcing (fontes de multidões, uma pratica para a obtenção de informações ou insumos em uma tarefa ou projeto, alistando os serviços de um sem número de pessoas, pagas ou não pagas) e crowdfunding (levantamento de fundos, ou seja, por participação financeira como uma popular vaquinha, modelo conhecido para juntar fundos).

Economia digital: foco em qualquer coisa alimentada por tecnologias digitais.

Economia de plataforma: foco em qualquer coisa alimentada por plataformas de tecnologia centrada, onde lideres industriais desencadeiam o poder da tecnologia para desenvolver novos modelos de negócios baseados em plataformas e estratégias que impulsionam uma mudança macroeconômica global nunca visto desde a revolução industrial.

O que vemos é uma intersecção muito grande entre estes modelos e fica fácil de encontrar uma plataforma com múltiplas definições. TaskRabbit é uma plataforma indiscutivelmente com um pé na economia sob demanda, Gig, colaborativa e de compartilhamento (assumindo que as habilidades do Tasker estavam anteriormente subutilizadas).

Um outro exemplo é o inventário de compartilhamento de casas no Airbnb que faz claramente parte da economia de compartilhamento, enquanto as alocações corporativas de curto prazo em tempo integral não são necessariamente assim, e mais provável estão na economia de acesso.

Estar atualizado com estes modelos é o grande desafio do profissional do futuro para enfrentar mudanças que deverão quebrar muitos paradigmas econômicos que gestarão com certeza uma nova ordem social e política no nosso planeta.

Genaro Campoy Scriptore

Até o Diabo se veste politicamente correto para construir marca pessoal

“A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”

Tenho observado o fenômeno comportamental nas relações humanas que carregam em si atitudes dirigidas a construir comportamentos politicamente corretos em celebridades, personagens da mídia do momento, políticos e lideres empresariais que se revezam nos elogios entre si por atitudes robóticas que imprimem um certo ar de consenso carreirista.

Nas redes sociais é muito fácil distinguir tal comportamento onde a discordância consensual pode significar o alijamento da participação e o isolamento da personagem discordante sendo uma busca incessante por obter unanimidade e unidade de pensamento em grupos que incoerentemente se dizem diverso, respeitoso e até mesmo libertário.

É muito comum observar que certas críticas ou até mesmo comentários discordantes passam por análise da censura pessoal sendo excluídas, deletadas e até mesmo editadas para atender as exigências daqueles que cultuam a unanimidade de opiniões. Já dizia Walter Lipman: “Quando todos os homens pensam da mesma forma, ninguém pensa muito.” (When all men think alike, no one thinks very much.) e Nelson Rodrigues: “Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”.

Pior do que o comportamento politicamente correto como padrão mínimo de comportamento é o desvio de comportamento sob a pretensão de ser responsável, ético e politicamente correto nas vistas da sociedade enquanto particularmente e individualmente apresenta-se comportamento e sintomas de desvios de personalidade e caráter sem ética a que se pretende na construção do marketing pessoal.

No ano 63 A.C nas festividades de Bona Dea (Boa Deusa) reservada somente ao público feminino contou com a presença de Públio Clódio Pulcro jovem patrício que ousou invadir o festival fantasiado de mulher com o propósito de seduzir Pompéia, mulher de Júlio César. Sem ter provas contra o invasor, mesmo assim César se divorciou de Pompéia considerando que “minha esposa não deve estar nem sob suspeita”, o que originou o ditado “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.”

Atitudes travestidas pela mídia como de humildade, espírito de equipe, respeito, competência e perfeição, mesmo parecendo absolutamente éticas carregam em si próprias a imperfeição do ser humano escondidas em egos carregados de orgulho, recompensa material, medo, sobrevivência e outros instintos que se escondem em detrimento do não bastar ser, mas do parecer ser, para poder desfrutar o verdadeiro “status quo” de liderança e poder que tanto se almeja.

Liderança nos dias de hoje é palavra mágica para atribuir exemplos que endeusam personalidades apáticas, mas que parecem simpáticas nas construções de interesses particulares e pessoais.

Marketing pessoal é uma ferramenta usada para promoção pessoal de modo a alcançar o sucesso. É uma estratégia usada para “vender” a imagem, e influenciar a forma de como pensam as pessoas para uma olhar positivo da pessoa que dispara a estratégia. É exatamente assim que se define a construção de uma Marca (Brand) pessoal.

Este procedimento traz alguns sérios questionamentos:
Como podemos dissociar capacidade de comunicação da inteligência emocional interiorizada? Ou postura profissional adequada do verdadeiro conjunto de valores éticos e pessoais? Como os cuidados com a aparência podem influenciar as etiquetas sociais formais ou informais adequadas? Como a criatividade e Inovação podem agredir a sociabilidade e socialização em grupo? E para aumentar ainda mais o horizonte do pensar, como as qualidades da humildade podem conviver com o caráter altivo, ambicioso, determinado e geralmente egocêntrico dos lideres modernos?

Algum profissional de marketing que provavelmente conhecia bem os escritos de Cicero, Dião Cassio e Suetônio narrando as atitudes de Pompéia, mulher de Júlio César e seus descuidos junto a personalidade de César, soube inverter bem a história e nos anos 80 criou um comercial de Shampoo para combater a caspa que dizia: “Parece remédio, mas não é….”

Parecer e ser são verbos muito distintos, parecer predicativo e pronominal exige o esforço de ter o aspecto, a aparência ou até mesmo se transmudar em semelhante. Enquanto o verbo ser predicativo, intransitivo, auxiliar e várias outras modalidades gramaticais não exige esforço nenhum, simplesmente é, está, existe, subsiste, vive, possuí identidade própria e capacidade inerente a ele mesmo.

Por isso que o humano carrega em si a imperfeição, capacidade inerente de se permitir ser falho e carregar diversas outras imperfeições.

O parecer é o pior que pode acontecer ao ser humano, já que as falhas e as imperfeições são jogadas para baixo do tapete e o pior é que sempre alguém descobre a sujeira. E quando isto acontece exige-se mudança imediata.

O profissional de marketing e propaganda é expert em fazer parecer, poderíamos aqui listar uma série deles, inclusive com prêmios nacionais e internacionais em diversas categorias que quebraram paradigmas, cases de verdadeiro sucesso, porém sem nunca mencionar um aspecto sequer das fraquezas empresariais, mesmo por que isto seria uma arma nas mãos de profissionais com competência.

E aqui é onde reside o meu ponto: basta ter um pouco de reflexão, compreensão, leitura, competência e capacidade analítica para perceber as imperfeições ignoradas nos cases de sucesso badalados pela mídia de marketing para ver que “Até o diabo se veste de politicamente correto para construir uma marca pessoal”.